11.15.2010

Glauco Mattoso

Passei o dia preparando as resenhas para o anuário de fanzines da UGRA e uma das leituras mais interessantes que encontrei foi o zine Spell Work. Especialmente, uma entrevista com o Glauco Mattoso, esse degenerado poeta amante de pés. Reproduzo a seguir um dos trechos da entrevista e deixo o convite para que vocês conheçam esse zine.


E não estranhe a grafia: Glauco diz, logo no começo da entrevista, que se rebelou contra a reforma ortográfica e passou a utilizar a grafia antiga em tudo o que escreve. Vida longa ao cego maldito da literatura brasileira!

Spell Work: Algumas breves entrelinhas para conhecê-lo melhor:
Eu quero: lembrar do que pude ver.
Eu tenho: raiva da cegueira e inveja de quem enxerga.
Eu sei: que meus leitores não queriam estar no meu logar.
Eu faço: questão de que todos saibam disso.
Eu uso: da fraqueza, ao contrário de quem finge ser bonzinho.
Eu digo: riam na minha cara, mas na minha cara, não pelas costas.
Eu canto: a crueldade humana, que é música para os meus ouvidos.
Eu escrevo: do jeito que penso e fallo.
Eu odeio: mentirosos, principalmente políticos, advogados e publicitários.
Eu sinto: necessidade de ser pisado, para me lembrar de onde estou.
Eu busco: um pé cada vez maior, mais chato e mais chulepento.
Meu maior orgulho é: não ter vergonha de engolir meu orgulho.
Minha família é: a raça maldicta dos poetas.
Meu livro preferido: a Bíblia, quando a leio para achar exemplos de como zoar alguém indefeso, como Sansão na mão (e no pé) dos philisteus depois de perder o cabello, a força e os olhos.
Eu vou: para o Inferno, mas volto para o Céo si os anjinhos sentirem falta das minhas chupadas em seus pintinhos sebentos...
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Contate a Thina, editora do Spell Work, através do email tinacurtis11 at yahoo punto com punto br

2 comentários:

  1. Lembro de ter conhecido o cara quando vi o site da falecida Rotten Records. Ele ajudava no catálogo da mesma, e o que me chamou atenção foi ver que ele curtia pra caramba a cultura punk, selecionava cd's de Oi! para o selo, e escrevia em defesa da "verdadeira cultura skinhead". Ele foi um dos produtores da coletânea brasileira dos italianos da Klasse Kriminale. Enfim, uma figura realmente interessante.

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  2. Anônimo9:22 AM

    Em se tratando de futebol, vê-se que ele não tem bom gosto, o cara torce pro Palmeiras...

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