1.22.2018

Fanzine Dissolve Coagula: reta final



Desde outubro de 2017 eu estava trabalhando em um fanzine impresso. Pois bem: hoje, 21 de janeiro de 2018, finalizei o arquivo digital para envio à gráfica, com o cuidadoso auxílio do mestre da diagramação, o ugro Douglas Utescher da Ugra Press, valoroso aliado há mais de 20 anos em uma série de projetos sempre marcados pelo extremismo.

O fanzine terá um total de 64 páginas em formato A4 e serão produzidas 150 cópias. Começo de fevereiro estará disponível. Valores e esquema de distribuição estão ainda a definir, mas a proposta é manter tudo de forma acessível, sem apelar para exclusivismos burgueses para elevar o preço artificialmente - o Dissolve Coagula antes de qualquer coisa é um fanzine que coloca suas fichas na velha tradição contracultural que acredita no poder subversivo e anti-comercial dos artefatos emanados dos subterrâneos.

Além da aposta na tradição contracultural, eu também faço do fanzine Dissolve Coagula um material com intenções claras de estabelecer elos com espíritos livres interessados pelos mesmos temas que neles serão abordados, a saber: magia, metal negro, literatura, noise, power electronics e outros assuntos mais ou menos relacionados com o Caminho da Mão Esquerda, o grande eixo temático da publicação.

Especialmente nos últimos três anos tenho dedicado mais tempo ao desenvolvimento de minha espiritualidade, não somente através do estudo mas da prática. 2017 foi um ano marcado por revelações e experiências profundas nesse campo, em mais de um aspecto. O fanzine é uma forma de reverenciar e aprofundar essas experiências. Não seria correto dizer que ele é o meu "grimório aberto", mas haverá ali, em suas páginas, muito da minha busca, uma espécie de "diário de viagens" pelos reinos selvagens da espiritualidade obscura que, desde muito cedo, me cativavam por suas belezas raras.

Aos que seguem o blog desde o seu nascimento em 2006, que naquele então tinha exclusivamente um foco em textos ficcionais de minha autoria, talvez esse direcionamento seja de pouco interesse. Entretanto, eu já tinha uma tendência de cada vez mais deixar a ficção de lado aqui no blog, e de uns quatro anos para cá o teor dos textos foi mudando de tom, indo mais para o ensaio/resenha do que especificamente literário. Entretanto não abandonei a ficção, e nesse número inaugural do fanzine há dois textos inéditos. Pretendo, inclusive, aumentar a quantidade de ficção no próximo número.

Volto aqui quando estiver disponível.