Passei o dia preparando as resenhas para o anuário de fanzines da UGRA e uma das leituras mais interessantes que encontrei foi o zine Spell Work. Especialmente, uma entrevista com o Glauco Mattoso, esse degenerado poeta amante de pés. Reproduzo a seguir um dos trechos da entrevista e deixo o convite para que vocês conheçam esse zine.
E não estranhe a grafia: Glauco diz, logo no começo da entrevista, que se rebelou contra a reforma ortográfica e passou a utilizar a grafia antiga em tudo o que escreve. Vida longa ao cego maldito da literatura brasileira!
Spell Work: Algumas breves entrelinhas para conhecê-lo melhor:
Eu quero: lembrar do que pude ver.
Eu tenho: raiva da cegueira e inveja de quem enxerga.
Eu sei: que meus leitores não queriam estar no meu logar.
Eu faço: questão de que todos saibam disso.
Eu uso: da fraqueza, ao contrário de quem finge ser bonzinho.
Eu digo: riam na minha cara, mas na minha cara, não pelas costas.
Eu canto: a crueldade humana, que é música para os meus ouvidos.
Eu escrevo: do jeito que penso e fallo.
Eu odeio: mentirosos, principalmente políticos, advogados e publicitários.
Eu sinto: necessidade de ser pisado, para me lembrar de onde estou.
Eu busco: um pé cada vez maior, mais chato e mais chulepento.
Meu maior orgulho é: não ter vergonha de engolir meu orgulho.
Minha família é: a raça maldicta dos poetas.
Meu livro preferido: a Bíblia, quando a leio para achar exemplos de como zoar alguém indefeso, como Sansão na mão (e no pé) dos philisteus depois de perder o cabello, a força e os olhos.
Eu vou: para o Inferno, mas volto para o Céo si os anjinhos sentirem falta das minhas chupadas em seus pintinhos sebentos...
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Contate a Thina, editora do Spell Work, através do email tinacurtis11 at yahoo punto com punto br
Lembro de ter conhecido o cara quando vi o site da falecida Rotten Records. Ele ajudava no catálogo da mesma, e o que me chamou atenção foi ver que ele curtia pra caramba a cultura punk, selecionava cd's de Oi! para o selo, e escrevia em defesa da "verdadeira cultura skinhead". Ele foi um dos produtores da coletânea brasileira dos italianos da Klasse Kriminale. Enfim, uma figura realmente interessante.
ResponderExcluirEm se tratando de futebol, vê-se que ele não tem bom gosto, o cara torce pro Palmeiras...
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