5.17.2010

Resultado de um dia inteiro dentro de casa, tomando remédios

Um domingo é um dia de tédio, e ele se torna pior quando, após um sábado apetitoso, você acorda com a garganta arranhando e dores espalhadas pelo corpo como se um caminhão de toneladas tivesse te atropelado.

Foi isso o que aconteceu comigo esse final de semana.

Reconheço: dizer tais coisas é vazio e minha vida não é interessante. Aliás, nenhuma vida é, quando vista de muito perto. A admiração se conquista com a distância. A proximidade é boa quando desejamos conquistar sexo ou prêmios mais ordinários, mas em geral ela destrói mais do que edifica. Comigo tem sido assim, mas reconheço que a culpa é mais minha do que da proximidade. Então, não direi mais nada a não ser que tomei duas doses de Tylenol de uma vez, ou seja, quatro comprimidos ao invés de dois. Experimente você também, se você gosta de ver tudo dobrado, como se o seu astigmatismo quadruplicasse em questão de minutos.

Como já falei em outros posts, estou com um projeto chamado UGRA PRESS. Nesse último sábado trabalhamos em nosso segundo vídeo. O primeiro ilustrou o post Queime sua própria igreja. Esse novo vídeo já terá um conceito diferente, contará com personagens, cenários, etc. Gravaremos na semana que vem, após o almoço dominical. Espero que eu sobreviva até lá, não porque eu ache que vou morrer de uma gripe, mas porque gosto do sabor trágico de imaginar que, sempre, tudo está prestes a ruir e se transformar em pó.

Possivelmente, esse vídeo ficará pronto em duas semanas. Até lá, eu tenho planos de colocar aqui o Canto II da Narrativa Mitológica de Curitiba, continuar minha leitura de Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister e começar Cien Años de Soledad (sim, é uma vergonha não tê-lo lido ainda). Aliás, há muitos livros que nunca li e que juntos compõe um buraco em minha formação, como uma nuvem de vergonha a me acompanhar para onde quer que eu vá. E apesar de em partes concordar com Nick Hornby nesse artigo, não me sinto confortável em ver a literatura apenas como entretenimento, como algo que é feito para passar o tempo. Talvez seja uma visão demasiado carrancuda do ato de ler; mas quando vejo aquele discurso de que qualquer atividade só é válida quando nos garante "prazer", em geral esse dito prazer é apresentado como algo próximo da fanfarronice. Não preciso dizer o quanto isso me desagrada e o quanto isso se distancia da minha forma de enxergar as coisas do mundo -que se não precisam ser sempre sérias, igualmente não precisam nos fazer rir para serem importantes. Há muito mais que essa febre de hedonismo que guia a todos os corações atualmente.

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