"Green changed to white, emerald to an opal: nothing was changed. The man let the water trickle gently into his glass, and as the green clouded, a mist fell from his mind. Then he drank opaline. Memories and terrors beset him. The past tore after him like a panther and through the blackness of the present he saw the luminous tiger eyes of the things to be. But he drank opaline. And that obscure night of the soul, and the valley of humiliation, through which he stumbled were forgotten. He saw blue vistas of undiscovered countries, high prospects and a quiet, caressing sea. The past shed its perfume over him, today held his hand as it were a little child, and to-morrow shone like a white star: nothing was changed. He drank opaline. The man had known the obscure night of the soul, and lay even now in the valley of humiliation; and the tiger menace of the things to be was red in the skies. But for a little while he had forgotten. Green changed to white, emerald to an opal: nothing was changed."
Este texto é de autoria do poeta inglês Ernest Dowson (1867-1900), cuja obra em geral é associada ao Decadentismo de autores como Baudelaire, Guy de Maupassant e Lautréamont. Curiosamente, a ele cheguei não pela via literária, mas musical: o texto acima foi base de uma composição na obra-prima "Absinthe - Le Folie Verte", produção conjunta dos grupos Blood Axis e Les Joyaux de la Princesse.
O tema, como claro está, é o absinto. Bebida dos poetas, dos artistas e boêmios do XIX, em especial na França, seus efeitos alucinógenos eram tidos como a mais sublime das inspirações, capazes de elevar o intelecto para além das barreiras do normal, de permitir a criação em sua forma mais intensa e voraz. O pequeno texto de Dowson pretende, justamente, transformar em literatura o estado espiritual provocado pela ingestão do absinto. E não apenas os artistas, mas também a burguesia e as camadas mais pobres consumiam a Fada Verde - o consagrado epíteto que ganhou devido a sua coloração - a ponto de, em 1910, registrar-se na França o consumo anual de 36 milhões de litros de absinto. ver verbete na Wikipedia a respeito
Outros poemas e textos de Ernest Dowson pode ser encontrados no site do Project Gutenberg, uma iniciativa de Michael Hart, o criador do e-book, cuja meta é encorajar a produção e distribuição de e-books gratuitamente, das mais diversas áreas do conhecimento. Há um conteúdo absolutamente gigantesco. Ainda não tive tempo de vasculhá-lo como deveria, mas aqui fica a nota mental para fazê-lo mais tarde.
Baixe a música Absinthia Taetra.
Veja a imagem original do quadro de Albert Maignan que ilustra este post.
Mais telas inspiradas no absinto de V. Oliva, Edgard Degas e Edouard Manet.
Veja filmes mudos do século XIX que falaram sobre o absinto.
uMas das coisas que sinto falta no meu passado era como o "ficar bêbada" era um ritual. Ver as coisas mudando lentamente, mas que na verdade não estavam mudando, eu é que estava vendo diferente e vivenciar isso significava um enorme prazer. Parece besta, mas eu ficava olhando as minhas mãos, o chão sujo do banheiro do showzinho e achando aquele momento lindo. Infelizmente isso foi sendo banalizado com o aumento da frequência, mas ainda assim, tento guardar na minha memória os ótimos momentos que esse estado ainda me proporciona.
ResponderExcluirSábado te ligo a tarde! bjs
Cheguei aqui pelas vias tortuosas da internet, alguém conhecido de alguém, que me trouxe até seu blog.
ResponderExcluirDaqui já levei uma coisa: o interessantíssimo site "good reads", que conheci pelo post abaixo, e que inclusive já me cadastrei, arriscando algumas pequenas resenhas ! :-)
Outra coisa é que gostei muito do que li em seu blog. Mas não li tudo, apenas os últimos posts... Vou precisar de um certo tempo para isso.
Abraço, e aguardo novos posts !
A Fada Verde...
ResponderExcluirComo eu gostaria de poder beber, não o absinto somente como líquido esverdeado, mas um pouco da aura de magia que envolve essa bebida!
Beber e conseguir transportar-se para algum "universo paralelo"... Seria perfeito! Mas apesar de adorar a bebida nunca consegui este extase.
Pena, quem sabe um dia...
Fabiana Rosa da Cruz