2.21.2008

Absinthia Taetra


"Green changed to white, emerald to an opal: nothing was changed. The man let the water trickle gently into his glass, and as the green clouded, a mist fell from his mind. Then he drank opaline. Memories and terrors beset him. The past tore after him like a panther and through the blackness of the present he saw the luminous tiger eyes of the things to be. But he drank opaline. And that obscure night of the soul, and the valley of humiliation, through which he stumbled were forgotten. He saw blue vistas of undiscovered countries, high prospects and a quiet, caressing sea. The past shed its perfume over him, today held his hand as it were a little child, and to-morrow shone like a white star: nothing was changed. He drank opaline. The man had known the obscure night of the soul, and lay even now in the valley of humiliation; and the tiger menace of the things to be was red in the skies. But for a little while he had forgotten. Green changed to white, emerald to an opal: nothing was changed."

Este texto é de autoria do poeta inglês Ernest Dowson (1867-1900), cuja obra em geral é associada ao Decadentismo de autores como Baudelaire, Guy de Maupassant e Lautréamont. Curiosamente, a ele cheguei não pela via literária, mas musical: o texto acima foi base de uma composição na obra-prima "Absinthe - Le Folie Verte", produção conjunta dos grupos Blood Axis e Les Joyaux de la Princesse.

O tema, como claro está, é o absinto. Bebida dos poetas, dos artistas e boêmios do XIX, em especial na França, seus efeitos alucinógenos eram tidos como a mais sublime das inspirações, capazes de elevar o intelecto para além das barreiras do normal, de permitir a criação em sua forma mais intensa e voraz. O pequeno texto de Dowson pretende, justamente, transformar em literatura o estado espiritual provocado pela ingestão do absinto. E não apenas os artistas, mas também a burguesia e as camadas mais pobres consumiam a Fada Verde - o consagrado epíteto que ganhou devido a sua coloração - a ponto de, em 1910, registrar-se na França o consumo anual de 36 milhões de litros de absinto. ver verbete na Wikipedia a respeito

Outros poemas e textos de Ernest Dowson pode ser encontrados no site do Project Gutenberg, uma iniciativa de Michael Hart, o criador do e-book, cuja meta é encorajar a produção e distribuição de e-books gratuitamente, das mais diversas áreas do conhecimento. Há um conteúdo absolutamente gigantesco. Ainda não tive tempo de vasculhá-lo como deveria, mas aqui fica a nota mental para fazê-lo mais tarde.

Baixe a música Absinthia Taetra.
Veja a imagem original do quadro de Albert Maignan que ilustra este post.
Mais telas inspiradas no absinto de V. Oliva, Edgard Degas e Edouard Manet.
Veja filmes mudos do século XIX que falaram sobre o absinto.

2.18.2008

Ni Dieu Ni Maitre

"…et dont nous avons tous l'ordre de ne sortir que morts ou vainqueurs, vous gonfliez vos âmes d'ardeur et de décision. C'est à vous que je pense en écrivant, à vous qui devrez mourir en acceptant le baptême de la mort avec la sérénité de vos ancêtres, à vous qui devez passez par-dessus vos morts, et par-dessus leurs tombaux en brandissant dans vos mains le drapeau triomphant, en chantant « et si c'était à refaire, je referais ce chemin…"

"…j'écris au nom de notre famille, je ne me soucis d'aucune des règles imposées à nous – je n'ai pas le temps. J'écris au courant de la plume, sur le chant de bataille, au milieu des combats. A l'heure présente, nous sommes encerclés de toutes parts. Nos ennemis nous frappent lâchement, et la trahison nous dévore, mais nous restons debout, inébranlables, invincibles, immortels…"


"...e da qual todos nós temos a ordem de só sair mortos ou vencedores, você infla a sua alma de ardor e decisão. É em você que eu penso escrevendo, em você que deveria morrer aceitando o batismo da morte com a serenidade dos seus ancestrais, em você que deveria passar por cima de seus mortos, e por cima de suas tumbas brandindo em suas mãos a bandeira triunfante e cantando 'e se fosse refazer, eu refaria este caminho...´"

"... eu escrevo no nome da nossa família, eu não me preocupo com as regras impostas à nós, eu não tenho tempo. Eu escrevo no curso da pluma, na canção de batalha, no meio dos combates. Na hora presente, nós estamos cercados por todas as partes. Nossos inimigos nos espancam covardemente, e a traição nos devora, mas nós permanecemos de pé, inabaláveis, invencíveis, imortais..."

(Introdução da música "Ni Dieu Ni Maitre", do grupo industrial/folk Rome, de Luxemburgo)

2.02.2008

Good Reads

Se você esquece de comer, tomar banho, fazer a barba e encontrar sua namorada quando está lendo, Goodreads é o seu site ideal. É mais um site de "relacionamento", sim, mas dedicado aos
livros: você faz uma lista dos livros preferidos, que leu ou está lendo, faz seus comentários e deixa o mundo saber disso.

Ainda estou no processo de aprendizagem dos recursos oferecidos pelo Goodreads. Mas aproveita e vá lá no meu perfil ler a resenha que fiz sobre "Identidade", do Zygmunt Bauman. Abaixo, trecho do livro para despertar seu interesse, especialmente escolhido por tratar de Internet e, ironicamente, da onda de sites de "relacionamento" (sim, sempre com aspas):

Hoje em dia, nada nos faz falar de modo mais solene ou prazeroso do que as "redes" de "conexão" ou "relacionamentos", só porque a "coisa concreta" - as redes firmemente entretecidas, as conexões firmes e seguras, os relacionamentos plenamente maduros - praticamente caiu por terra.

Agora chega. Vá ler minha resenha e conhecer mais sobre este interessante escritor polonês.